O Largo do Divino leva esse nome graças à Capela do Divino Espírito Santo, que foi inaugurada em 1883. A construção teve início após um pedido de alguns comerciantes, ao bispo de São Paulo, Dom Lino Deodato.

O dinheiro para a construção foi arrecadado por católicos do bairro e a imagem, que fica ao centro da igreja, trazida por um dos responsáveis pela obra, diretamente de Portugal.

A construção é um exemplar da arquitetura colonial barroca, com fachada em alvenaria de tijolos revestidos com argamassa mista de barro, argila e caulim.

Em 1994, a capela foi atingida por um incêndio e teve as imagens sacras destruídas, após o ocorrido a igreja foi restaurada e tombada como patrimônio histórico.

No ano passado a praça foi revitalizada. Por aqui são mais de 5 mil metros quadrados que passaram por uma reforma que incluiu a manutenção do calçamento e da academia ao ar livre, playground, a implantação de bancos e iluminação com lâmpadas de led.

No local é possível conferir o desenho original: uma rosa dos ventos que teve o piso preservado… Incluindo os setes acessos. Cada um deles representa um dos dons do Espírito Santo: fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade e temor de Deus.

Com o crescimento do bairro e o aumento dos fiéis que frequentam a capela do divino, foi preciso construir um novo espaço que pudesse receber mais pessoas. Por isso, foi inaugurada uma nova igreja, a alguns metros da antiga. Hoje, a modernidade e a tradição dividem espaço no largo.

Celebrar faz parte da tradição. É por isso que 50 dias após a Páscoa, há mais de 100 anos, se comemora a Festa do Divino. Uma festa religiosa feita pelos devotos do Espírito Santo, que reúne os fiéis em uma novena. Depois, eles caminham pelas ruas do bairro comemorando a fé.

Foi pela passagem das tropas e peregrinos que chegavam e partiam de Sorocaba que os comércios começaram a se instalar ao redor do largo. E não é por acaso que por aqui, quase todos eles usam o nome de divino.

Bem em frente ao largo fica a CEI-109, Escola Benedicto Pagliato. O prédio estava fechado há mais de dez anos e no ano passado foi revitalizado para atender os alunos. Hoje, 150 crianças de zero a quatro anos frequentam o espaço em período integral. Por aqui tem salas de aula, berçário, espaço para a alimentação, parquinho.

A tecnologia também está presente. São três salas com lousas digitais que auxiliam no processo de aprendizado das crianças e transformam a rotina dos educadores.

Educação e sabedoria. No bairro do divino encontramos um local de muitas histórias e tranquilidade. Assim que podemos definir a Vila dos Velhinhos, na Vila Espírito Santo. O local, cercado por árvores, existe desde 1934.

Na época, o local era conhecido por ser a vila dos pobres, onde acolhia as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Após a lei do estatuto do idoso, o local passou a ser destinado para atender pessoas de 60 a 80 anos de idade.  A unidade, é filantrópica, ou seja, todo o dinheiro é voltado para o conforto dos idosos.  E aqui, eles são livres para ir e voltar quando quiserem.  No lar dos velhinhos, tem espaço para dormir, tomar café, almoçar, jantar…e até pintar.

Dar atenção às pessoas. Acolher no sentido mais profundo da hospitalidade. E este sentimento ultrapassa as fronteiras do bairro. Colado no Jardim Espírito Santo está o Jardim Vera Cruz.

Nem todo mundo sabe, mas no Jardim Vera Cruz fica o Mosteiro da Imaculada Conceição e Santa Clara. Nele vivem religiosas que optaram por viver em clausura. Elas passam o dia inteiro dentro do mosteiro, que escolheram a vida religiosa contemplativa.

Em resumo… Este é um lugar onde o passado se mistura com o presente. Onde as tradições se mantêm vivas.