A espera por exames tem se tornado um drama para famílias em Sorocaba. Histórias como a de Adilson de Jesus Santos, marceneiro e pai solo de Evelyn, de 9 anos, ilustram a angústia de quem precisa de um diagnóstico rápido para começar o tratamento.

Adilson descobriu um câncer na próstata há oito meses, mas o tratamento ainda não começou. Ele aguarda uma biópsia para dar continuidade ao processo. Enquanto isso, as dores são constantes, e ele depende de uma sonda urinária e de medicamentos que ocupam as prateleiras de sua casa.

Sem poder exercer a profissão de marceneiro, Adilson conta com o apoio de amigos para pagar as contas. Evelyn, mesmo tão jovem, também tem sido fundamental. Em uma madrugada de emergência, foi ela quem ligou para o SAMU e ajudou o pai.

Histórias de espera como a de Adilson não são únicas. Dona Cláudia Maria Maciel de Campos, de 66 anos, enfrenta uma situação semelhante. Diagnosticada com um tumor na bexiga há dois meses, ela acumula exames e pedidos médicos, mas ainda não conseguiu avançar no tratamento.

Nota da Prefeitura de Sorocaba

O paciente Adilson foi agendado e atendido em 30/11/24 no AME Sorocaba. Inserido em 23/10/24 no módulo regulatório da rede Hebe Camargo e agendado para onco e urologia, conforme regulação estadual em 10/1/25. Vale reforçar que a regulação da Rede Hebe Camargo é de responsabilidade e governabilidade do estado e não do município.

A paciente Cláudia deu entrada pela urgência em 10/10/24. Foi solicitada cistoscopia e encaminhamento para avaliação com urologista na Policlínica Municipal, onde foi atendida em 12/11/24, reforçando a necessidade de cistoscopia. Ela foi inserida na demanda pós-cirúrgica de urologia em 21/11/24, ocupando hoje posição 2.

A Central de Regulação eletiva não regula casos de urgência. Embora necessárias, os procedimentos eletivos não caracterizam urgência e emergência. Esses casos seguem um planejamento avaliado e priorizado por médicos reguladores, seguindo critérios e fluxos assistências preconizados pelos SUS.

A regulação médica assegura o acesso de acordo com protocolos, classificação de risco e outros critérios de prioridade, sendo: 1-prioridade médica, 2-data de solicitação do procedimento, 3-idade do paciente.

A Secretaria da Saúde (SES) tem adotado ações estratégicas para reduzir a fila de espera, incluindo a ampliação da cobertura de atendimento em parceria com instituições privadas e do terceiro setor que atuam na cidade. A SES também destaca a necessidade de uma colaboração efetiva com o Governo do Estado para fortalecer a rede de apoio aos pacientes, especialmente em casos que demandam maior agilidade no diagnóstico e tratamento.

A SES está continuamente empenhada em expandir a oferta de exames por meio da contratação de novos fornecedores, incluindo clínicas privadas e entidades do terceiro setor. Para isso, realiza processos licitatórios e editais ao longo do ano, com foco em atender à demanda crescente da população. Além disso, a Prefeitura avalia constantemente a realização de mutirões de saúde para agilizar os atendimentos em áreas de maior necessidade.

Os pacientes em condições críticas têm prioridade no atendimento e devem buscar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, onde serão acolhidos, avaliados e encaminhados para os serviços especializados de forma ágil. As equipes de saúde estão capacitadas para identificar e priorizar casos de urgência, garantindo que as necessidades mais imediatas sejam atendidas.

Nota da Secretaria Estadual de Saúde

O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba informa que está verificando os casos citados pela reportagem. O paciente Adilson possui consulta amanhã (7), no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Sorocaba. Quanto à paciente Cláudia, não há solicitações e pendências na regulação estadual.

Por Luís Negrelli, TV Sorocaba SBT.